Joel Santana é demitido da seleção da África do Sul
Depois de oito derrotas nas últimas nove partidas, brasileiro não resiste à pressão; Carlos Alberto Parreira pode voltar ao comando da equipe para a Copa de 2010
Levi Guimarães, enviado especial iG Esporte
DURBAN (África do Sul) - Depois das derrotas da última semana contra Noruega e Islândia, parecia apenas questão de tempo a queda do brasileiro Joel Santana do cargo de técnico da seleção sul-africana de futebol. E não demorou para as especulações se confirmarem.
Nesta segunda-feira, a Associação Sul-Africana de Futebol (SAFA, na sigla em inglês) confirmou a demissão do treinador. A informação foi confirmada durante uma entrevista coletiva na sede da entidade em Joanesburgo.
Até que um novo nome seja definido para ocupar o cargo, a seleção deve ser comandada por um dos auxiliares de Joel, Pitso Mosimane. Contudo, a permanência na comissão do outro auxiliar, o também brasileiro Jairo Leal, aparece como um indício de que poderia ser confirmada a volta de Carlos Alberto Parreira ao comando dos Bafana Bafana.
Embora a pressão, tanto da imprensa sul-africana quanto dos dirigentes, fosse grande sobre o trabalho de Joel, a decisão anunciada nesta segunda-feira parece contraditória. Afinal, na última quinta-feira a SAFA garantiu que o treinador permaneceria no cargo pelo menos até os amistosos de novembro, como mandande, contra Japão e Jamaica.
Poucos dias antes das últimas derrotas da equipe, contra Noruega e Islândia (ambas por 1 a 0), a entidade havia criado uma comissão avaliadora, formada por três técnicos sul-africanos: Clive Barker e Jomo Sono, que já comandaram a seleção, e Gavin Hunt, atual bicampeão nacional à frente do SuperSport United.
Com isso, o presidente da entidade, Kirsten Nematandani, afirmou após os novos maus resultados que seria injusto demitir Joel antes de receber os primeiros relatórios dos avaliadores, que só seriam feitos depois dos jogos de novembro. Mas a promessa acabou ficando mesmo só no discurso.
Mau desempenho confirmado pelas estatísticas
Quando a seleçao sul-africana completou uma sequencia de seis derrotas, o principal argumento de Joel para defender o time era a qualidade dos adversarios, ja que os maus resultados aconteceram em partidas contra Espanha (duas vezes, durante a Copa das Confederações), Brasil, Sérvia, Alemanha e Irlanda.
Contudo, nos últimos jogos os rivais foram times com piores colocações no ranking da Fifa, como Madagascar, Noruega e Islândia. E mesmo assim o aproveitamento continuou baixo, tanto no setor ofensivo quanto na defesa.
Nessas nove partidas, a África do Sul perdeu oito vezes e ganhou apenas uma, contra Madagascar. Sofreu 14 gols e marcou 4. Ficou sem balançar as redes adversárias em seis ocasiões e em apenas uma conseguiu sair de campo sem que seu goleiro tivesse sofrido pelo menos um gol.
Com essas estatisticas, Joel não resistiu e, depois de um ano e meio no cargo, viu acabar o sonho de comandar a seleção anfitriã da Copa do Mundo de 2010.
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