Jogadores mais badalados deste início de temporada no futebol brasileiro, os santistas Neymar, Paulo Henrique Ganso e André despertam o interesse de grandes clubes europeus. Representantes de três equipes francesas já estiveram em Santos para observar o trio, e o poderoso Chelsea, da Inglaterra, já sondou Neymar.
O presidente do Santos jura que os jogadores não sairão tão cedo, mas sabe será difícil segurá-los por muito tempo no futebol brasileiro. "Claro que se eles quiserem ir e algum clube depositar o valor da multa contratual não tem como impedir", admite ao iG Luiz Álvaro de Oliveira.
Mesmo com as ótimas atuações das três revelações, dificilmente a venda de uma delas superará os valores da maior venda da história do clube: Robinho saiu em 2005 e deixou 30 milhões de dólares nos cofres da Vila Belmiro. Para voltar a embolsar esta cifra com alguma de suas novas estrelas, Neymar, André ou Paulo Henrique Ganso teriam que ser vendidos, respectivamente, por 50 milhões, 85 milhões e 66,6 milhões de dólares cada um.
AE |
Apenas 35% do passe do jovem André pertence ao Santos |
Isso porque o Santos não é o único dono dos direitos federativos dos três. Eles são exemplos de jogadores “fatiados”, uma realidade já comum no futebol brasileiro. São atletas que tiveram parte de seus direitos vendidos quando ainda estavam nas categorias de base e que, em um negócio futuro, renderão aos investidores uma parcela pré-determinada no valor da venda.
"É uma realidade péssima dos clubes brasileiros. Esses investidores têm um risco pequeno e pagaram um valor bastante modesto por esse percentual", afirma o presidente do Santos. O grupo DIS, do empresário do setor de supermercados Delcir Sonda, é o proprietário de parte dos direitos federativos do trio de jovens santistas. No caso de André, o Cabofriense, seu ex-clube, também é "dono" 40% do atacante.
Veja a quem pertencem os santistas fatiados
Paulo Henrique Ganso | 45% Santos, 45% DIS e 10% jogador |
Neymar | 60% Santos e 40% DIS |
André | 35% Santos, 40% Cabofriense e 25% DIS |
Outros "fatiados"
Ter que dividir parte do lucro na venda de um jogador não é uma exclusividade do Santos. Hoje, quase todos os clubes brasileiros possuem atletas com direitos econômicos divididos. E o perfil dos fatiados é o mesmo: jovens, com destaque nas categorias de base e potencial para uma venda para o futebol europeu.
Caio, destaque do Botafogo, é um exemplo. O clube carioca tem apenas 40% do jogador. O restante pertence a RP4, empresa do agente Reinaldo Pitta. "Eu que levei o Caio para o Botafogo. Comprei e cedi para o clube. Ele não era um jogador de lá, mas garanto que não será vendido esse ano", afirma o empresário.
A quem pertencem outros fatiados
Mário Fernandes | 50% do Grêmio e 50% do empresário Jorge Machado |
Wellington Silva | 40% da empresa de Reinaldo Pitta e 60% do Fluminense |
Caio | 40% do Botafogo e 60% da empresa de Reinaldo Pitta |
Hernanes | 75% do São Paulo, 17% da Traffic e 8% do Hernanes |
0 comentários:
Postar um comentário