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sábado, 25 de setembro de 2010

Músico por hobby, Ney Franco quer Neymar na seleção sub-20

Técnico diz que pretende chamar o santista para o Sul-americano. O torneio dá duas vagas para as Olimpíadas de Londres

Na última quinta-feira, Mano Menezes não incluiu Neymar na sua lista de convocados para os próximos dois amistosos da seleção brasileira, contra adversários ainda não definidos. No mesmo dia, ele anunciou Ney Franco como novo comandante da seleção sub-20, que em janeiro disputará no Peru o Sul-americano. O torneio é classificatório para as Olimpíadas de 2012, em Londres.
 
Escolhido para o cargo, Ney Franco não pretende excluir o atacante santista dos seus planos, apesar das polêmicas que o jogador se envolveu nas últimas semanas. “Eu, como treinador, gostaria muito de ter o Neymar no meu time. Hoje é indiscutível a qualidade técnica dele”, afirmou Ney Franco ao iG.
CBF/Divulgação
Treinador irá comandar a equipe que vai disputar o Sul-americano sub-20

Além de técnico da seleção sub-20, o atual comandante do Coritiba irá trabalhar como supervisor das seleções inferiores da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). Mineiro de Vargem Grande, o treinador trabalhou 11 anos nas categorias de base do Cruzeiro e três no Atlético-MG. Desde 2004, quando assumiu o Ipatinga, trabalha em equipes profissionais.

“Sou um treinador que tenho um nome no mercado em equipes profissionais. Eles alegam que era importante isso, até porque os jogadores da sub-20 já estão nas equipes principais de seus clubes”, afirmou.

Mas os mais de 20 anos dedicados ao futebol não fizeram Ney Franco abandonar outra carreira, a de músico. “Hoje em dia é mais um hobby, mas continuo compondo algumas canções”, diz o treinador.

Treze músicas do técnico foram gravadas pela banda mineira de rock Mahais. “Corda Bamba” é o nome de uma das preferidas de Ney Franco. “Será que vamos seguir os erros de quem não venceu. Será que vamos seguir os passos de quem se perdeu”, diz um dos versos da canção. “Não, não tem nada a ver com o futebol, nem com o meu novo trabalho”, disse, rindo.

Confira a entrevista:

iG: Você será coordenador das categorias de base da seleção e ao mesmo tempo técnico do time Sub-20. Como vai se dividir entre essas duas funções?
Ney Franco: A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) estava procurando um profissional que além de ser técnico de campo tivesse capacidade de liderar um projeto em todas as categorias de base da seleção. Chegaram ao meu nome, acho que até em função do currículo que eu tenho nas categorias de base. Eu trabalhei 14 anos nisso, 11 no Cruzeiro e três no Atlético-MG. Aliado a isso, sou um treinador que tenho um nome no mercado em equipes profissionais. Eles alegaram que isso era importante, até porque os jogadores da Sub-20 já são profissionais nos seus clubes. Eu fiquei muito feliz com o convite. O único pedido que eu fiz para a CBF  foi que eu não podia assumir esse compromisso até o final do Campeonato Brasileiro, pelo trabalho que estou fazendo aqui no Coritiba. Eles respeitaram essa minha colocação.

iG: Você vai treinar a equipe no Sul-americano, mas se o time se classificar para as Olimpíadas o Mano será técnico. Não é estranho isso para alguém que foi treinador de equipes profissionais?
Ney Franco: Absolutamente. Eu serei o técnico da seleção sub-20. O Sul-americano não é único torneio que esse time vai disputar. Além disso, vou ser o superintendente das outras seleções de base. Se assegurarmos uma das vagas no sul-americano, o Mano Menezes irá tocar a seleção Sub-23. Logicamente que eu terei uma participação. Mas o papel está definido como treinador da seleção sub-20 e como coordenador das categorias de base.

iG: E esse segundo trabalho, no que consiste?
Ney Franco: Supervisionar todo o trabalho das seleções de base. Desde definir os técnicos das seleções sub-15 e sub-17, até montar uma equipe de trabalho com olheiros em todo Brasil. Isso será algo muito importante. Vamos formar uma rede de olheiros espalhados por todo país. Não serão apenas profissionais contratados pela CBF, mas também pessoas de minha confiança. Eu pretendo ir aos estádios também para observar os jogadores.
Gazeta Press
Ney Franco ficará no comando do Coritiba até o final desta temporada


iG: Como foi a negociação com a CBF? Você foi a primeira opção?
Ney Franco: Creio que fui a primeira opção. Há um mês o Mano Menezes fez um contato comigo e ai a gente começou a negociar a situação. Após algumas conversas por telefone, a gente acertou uma reunião no Rio de Janeiro. Depois, houve um contato com o Ricardo Teixeira, quando ele colocou todo projeto e aí acertamos os detalhes. Me motiva muito o tempo de trabalho. O futebol brasileiro vai passar por um momento interessante. Vou fazer um trabalho de longo prazo pensando na Copa de 2014, mas também nas Olimpíadas de 2016. Não poderia perder essa oportunidade.

iG: Os técnicos estão definidos? Você terá autonomia para escolher os profissionais?
Ney Franco: Sim, terei autonomia para isso, mas ainda não temos os nomes definidos. Fizeram um dossiê sobre a situação atual das categorias de base da seleção. Recebi a relação atual de funcionários, os jogos da temporada e relatórios de como funcionam as comissões técnicas. A partir desse momento, vou fazer um novo projeto. Aí, nós vamos definir os nomes.

iG: Nos últimos 10 anos, a seleção brasileira ganhou um Mundial sub-20. No mesmo período, a Argentina ganhou três e superou o Brasil em número de conquistas. Recuperar essa hegemonia é uma das metas?Ney Franco: O Brasil, pelo potencial que tem, ficou um tempo muito grande sem conquistas. Mas o que vale mais é revelar atletas. Claro que as conquistas são importantes, principalmente um Sul-americano, que classifique para as Olimpíadas. Resultados são importantes, mas o principal é ser um celeiro para a seleção principal. Nossa meta também será a criação de uma mentalidade de jogo para todas as seleções de base.

iG: Como será isso? Todos os times vão jogar no mesmo esquema?Ney Franco: Essa é a ideia. Criar uma mentalidade de jogo desde a primeira categoria. Desde a Sub-14, até a principal. Esse vai ser o meu grande papel dentro da seleção. O Mano Menezes disse isso, até citando como referência o Barcelona. Lá os garotos jogam com o mesmo esquema de jogo do time principal.

iG: Qual será a ingerência do Mano na convocação para o sul-americano Sub-20? Ney Franco: Eu terei autonomia, mas evidente que vamos conversar sobre as escolhas. Estarei formando um time que deve ser a base da equipe das Olimpíadas. Então, ele vai estar presente no trabalho. Assim como eu também vou ter participação efetiva na convocação da Sub-23.

iG: O Neymar ficou de fora da última convocação para a seleção principal. Ele terá idade para disputar o Sul-americano, em janeiro e fevereiro. Você pretende chamá-lo?Ney Franco: Eu como treinador, gostaria muito de ter o Neymar no meu time. Eu como técnico da Sub-20 vou tentar levar os melhores jogadores que tem idade para disputar o torneio. O Neymar está dentro desse contexto. Hoje é indiscutível a qualidade técnica dele.

iG: Assim como Neymar, outros jogadores com menos de 20 anos já estão em times profissionais. Você acha que terá dificuldade de conseguir a liberação dos clubes para contar com esses atletas no Sul-americano?
Ney Franco: Um dos motivos que fizeram a CBF me contratar foi o fato de eu ter um nome conhecido como técnico profissional. Vou fazer esse trabalho de tentar convencer os clubes para eles liberarem os jogadores. Vamos levar um planejamento para mostrar que pode ser bom para o clube e, principalmente, para o jogador.

iG: Atualmente quase todos os jovens jogadores têm empresários. O que acha disso? É saudável?
Ney Franco: Acho que em qualquer área tem profissionais sérios e outras que não tem competência ou boa intenção. Acho que um jogador de 16, 17 ou 18 anos precisa assinar um contrato. Ele sozinho não tem condições de fazer isso com segurança. Então, ele precisa de alguém de confiança para administrar isso e auxiliá-lo. A questão é achar a pessoa certa. Mas isso é muito mais um trabalho de clube.

iG: Você tem empresário?
Ney Franco: Não, eu sempre tratei pessoalmente os meus contratos. Eu não tenho, mas não sou contra quem tem.

iG: Você é músico também. Quando surgiu isso?
Ney Franco: Isso é mais um hobby. Eu gosto de escrever, de compor. Uma banda mineira resolveu gravar um CD somente com músicas. Um produtor musical entrou em contato comigo e eles estão tocando um trabalho. Surgiu de brincadeira, mas eles estão rodando o Brasil inteiro.

iG: Uma de suas músicas é chamada “Corda Bamba”. É inspirada na vida de um técnico?
Ney Franco: Não, não (risos). A letra não tem nada a ver com futebol. Ela retrata mais a sociedade, falando de política e outros assuntos.

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